Jair Bolsonaro insiste em atacar o STF e o TSE, mas baixou o tom em relação à ‘inimiga’ Globo. Antes, eram ataques coléricos quase semanais. Até disparava xingamentos. Agora, um clima quase de paz e amor.
Após dias de expectativa, o presidente aceitou o convite para ser sabatinado no ‘Jornal Nacional’. A entrevista com 40 minutos de duração será no próximo dia 22, abrindo a semana com presidenciáveis no telejornal mais assistido do País.
O público terá a chance de ver Bolsonaro cara a cara com William Bonner e Renata Vasconcellos, 1.455 dias após aquele ruidoso encontro na campanha de 2018, quando o então candidato irritou os âncoras ao citar questões pessoais dos dois, como a diferença salarial entre eles.
Desta vez, o clima deverá ser ainda mais tenso. De um lado, os jornalistas questionando as promessas não cumpridas ao longo do governo e incontáveis polêmicas, como a gerenciamento da pandemia e as manobras para furar o teto de gastos.
Do outro, Bolsonaro com ‘sangue nos olhos’ pelas matérias críticas a ele e sua administração exibidas nos últimos 3 anos e meio no ‘JN’. Terá a chance que tanto pediu: rebater o jornalismo da Globo ao vivo diante das câmeras do canal.
Paralelamente ao encontro, outro tema une o presidente à emissora mais rica e líder em audiência. Daqui a exatamente 2 meses, no dia 5 de outubro, vencem as 5 concessões públicas da Globo: os canais de São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte e Recife.
O presidente da República tem a prerrogativa constitucional de renovar ou não a outorga às emissoras de TV, porém, a palavra final não é dele, e sim do Congresso Nacional.
Desde antes de assumir o cargo, Bolsonaro enviou recados à cúpula da Globo a respeito do rigor que exigiria no processo de análise da renovação no Ministério das Comunicações.
“Não vai ter jeitinho para vocês”, disse publicamente. “Se não estiver tudo direitinho, não renovo.” A Globo respondeu apenas uma vez, em nota lida em telejornais. Disse que “jamais deixou de cumprir suas obrigações”.
Curiosamente, Jair Bolsonaro ‘esqueceu’ do assunto nos últimos dois meses. E, para surpresa geral, seu gabinete aumentou as verbas publicitárias para os intervalos comerciais do canal da família Marinho. Em ano eleitoral acontecem milagres...
A verdade é que o presidente está tão focado na reeleição que a rixa com a Globo perdeu importância. Como candidato em segundo lugar nas pesquisas, ele prefere aproveitar a valiosa visibilidade do canal para falar com o máximo de pessoas ao mesmo tempo. Sua ida ao ‘JN’ pode render votos.
Por conta da burocracia, existe a hipótese de a decisão sobre as concessões ficar para a próxima Presidência e a nova Legislatura que tomará posse em fevereiro. A guerra de nervos entre Bolsonaro e a Globo, quem diria, poderá terminar pacificamente.
O presidente da República tem a prerrogativa constitucional de renovar ou não a outorga às emissoras de TV, porém, a palavra final não é dele, e sim do Congresso Nacional.
Desde antes de assumir o cargo, Bolsonaro enviou recados à cúpula da Globo a respeito do rigor que exigiria no processo de análise da renovação no Ministério das Comunicações.
“Não vai ter jeitinho para vocês”, disse publicamente. “Se não estiver tudo direitinho, não renovo.” A Globo respondeu apenas uma vez, em nota lida em telejornais. Disse que “jamais deixou de cumprir suas obrigações”.
Curiosamente, Jair Bolsonaro ‘esqueceu’ do assunto nos últimos dois meses. E, para surpresa geral, seu gabinete aumentou as verbas publicitárias para os intervalos comerciais do canal da família Marinho. Em ano eleitoral acontecem milagres...
A verdade é que o presidente está tão focado na reeleição que a rixa com a Globo perdeu importância. Como candidato em segundo lugar nas pesquisas, ele prefere aproveitar a valiosa visibilidade do canal para falar com o máximo de pessoas ao mesmo tempo. Sua ida ao ‘JN’ pode render votos.
Por conta da burocracia, existe a hipótese de a decisão sobre as concessões ficar para a próxima Presidência e a nova Legislatura que tomará posse em fevereiro. A guerra de nervos entre Bolsonaro e a Globo, quem diria, poderá terminar pacificamente.
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